Inadimplência das Empresas
27/08/2014
Títulos
protestados e cheques sem fundos puxaram o aumento
O Indicador Serasa Experian de
Inadimplência das Empresas registrou crescimento de 12,9% em julho
deste ano, na comparação com junho. Foi o maior avanço mensal para um mês julho
de toda a série histórica, iniciada em 2000. Na relação anual – julho de 2014
contra o mesmo mês de 2013 –, o indicador teve alta de 11,4%. No acumulado de
janeiro a julho de 2014, na comparação com o mesmo período do ano anterior, o
índice também subiu 6,9%.
De acordo com os economistas da Serasa
Experian, a realização da Copa do Mundo, gerando muitos feriados e paralisações
especialmente durante a fase de grupos deprimiu a base de comparação mensal
(junho), impulsionando os registros de inadimplência em julho. Por outro lado,
a estagnação da economia, prejudicando a geração de caixa das empresas, a
elevação do custo financeiro tendo em vista os juros mais altos neste ano em
relação aos vigentes no ano passado e o avanço dos salários acima do
crescimento da produtividade, vem proporcionando maiores dificuldades às
empresas honrarem seus compromissos financeiros, elevando os índices de inadimplência
em suas comparações anuais.
Os títulos protestados e os cheques sem
fundos foram os principais responsáveis pela alta do indicador em julho, com
variações positivas de 39,5% e 23,1% e contribuições de 8,6 p.p. e 3,7 p.p.,
respectivamente. As dívidas não bancárias (junto aos cartões de crédito,
financeiras, lojas em geral e prestadoras de serviços como telefonia e
fornecimento de energia elétrica, água etc.) também apresentaram
crescimento de 2,7%, com contribuição de 1,1 p.p. Já as dívidas com os bancos
tiveram queda de 1,8% e contribuíram para que o índice não subisse ainda mais
em julho de 2014. Veja os dados completos na tabela abaixo:
Decomposição
do Indicador Serasa Experian de Inadimplência das Empresas
Julho 2014
X Junho 2014
|
||||||
|
Dívidas
não bancárias
|
Bancos
|
Protestos
|
Cheques
|
Total
|
|
Variação
(%)
|
2,7
|
-1,8
|
39,5
|
23,1
|
12,9
|
|
Peso (%)
|
39,5
|
23,0
|
21,7
|
15,8
|
100,0
|
|
Contribuição
(p.p.)
|
1,1
|
-0,4
|
8,6
|
3,7
|
12,9
|
Fonte: Serasa Experian
Valor médio das dívidas
O valor médio dos cheques sem fundos
caiu 9,7% no acumulado de janeiro a julho de 2014, na comparação com o mesmo
período do ano anterior. O valor médio das dívidas com os bancos também
apresentou declínio de 1,8%. Já o valor médio dos títulos protestados e das
dívidas não bancárias registrou alta de 7,5% e 5,5%, respectivamente. Confira
mais informações na tabela abaixo:
Modalidades
de Inadimplência
|
Valor
médio das dívidas Jan a Jul 2013
|
Valor
médio das dívidas Jan a Jul 2014
|
Variação
(%)
|
Cheques
sem fundos
|
R$
2.492,12
|
R$
2.249,50
|
-9,7%
|
Dívidas
com os bancos
|
R$
5.074,30
|
R$
4.980,98
|
-1,8%
|
Títulos
protestados
|
R$
2.042,98
|
R$
2.197,20
|
7,5%
|
Dívidas
não bancárias
|
R$ 812,24
|
R$ 856,71
|
5,5%
|
Fonte: Serasa Experian
Metodologia
O Indicador Serasa Experian de
Inadimplência das Empresas, por analisar eventos ocorridos em todo o Brasil,
reflete o comportamento da inadimplência em âmbito nacional. O indicador
considera as variações registradas no número de cheques sem fundos, títulos
protestados e dívidas vencidas com instituições bancárias e não bancárias.